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Cibercrimes e Evidências Digitais. Direito Criminal

1. Introdução

A digitalização dos processos de comunicação e de armazenamento de informações transformou a maneira como as evidências são coletadas e analisadas em investigações criminais. A importância das evidências digitais aumentou significativamente à medida que dispositivos eletrônicos como smartphones e computadores se tornaram centrais na vida cotidiana. Este segmento deve situar o leitor no contexto atual do Direito Criminal e destacar como as mudanças tecnológicas ampliaram o escopo das investigações.

2. Tipos de Evidências Digitais

Evidências digitais podem vir em várias formas, cada uma com sua relevância dependendo do contexto do crime:

• E-mails e Mensagens: Textos, anexos e metadados que podem provar comunicação entre suspeitos.

• Documentos: Arquivos como planilhas e documentos de texto que podem conter registros de atividades ilegais.

• Logs de Acesso: Dados que mostram quem acessou determinados sistemas ou informações, crucial para casos de acesso ilegal.

• Dados de Localização: Informações de GPS e registros de localização que podem vincular um suspeito a uma cena de crime.

Discussão sobre como a natureza volátil da tecnologia e a variedade de plataformas podem afetar a coleta de provas.

3. Armazenamento e Preservação de Evidências Digitais

A integridade dos dados é essencial na manutenção de evidências digitais:

• Cadeia de Custódia: Manter um registro detalhado de quem manipulou a evidência desde a coleta até a apresentação em tribunal.

• Hash Criptográfico: Utilização de algoritmos para verificar a integridade dos dados e detectar alterações.

• Ambientes Seguros: Armazenamento de dados em ambientes controlados para evitar alterações não autorizadas.

4. Diligência na Análise de Provas Digitais

A análise de evidências digitais requer ferramentas e métodos específicos:

• Software de Forense Digital: Ferramentas como EnCase ou Autopsy são usadas para análises detalhadas de dispositivos.

• Análise Manual: Revisão de dados por especialistas que podem identificar padrões ou informações ocultas.

• Inteligência Artificial: Uso crescente de IA para processar grandes volumes de dados e identificar elementos relevantes rapidamente.

5. Desafios Legais e Técnicos

Existem várias questões legais e técnicas que complicam o uso de evidências digitais:

• Admissibilidade: Desafios legais sobre a admissibilidade de evidências digitais, focando na forma como foram coletadas e preservadas.

• Encriptação e Anonimato: Tecnologias que protegem a privacidade, mas podem obstruir investigações criminais.

• Jurisprudência: Exemplos de casos que estabeleceram precedentes para o tratamento de evidências digitais.

TESES DEFENSIVAS:

No contexto das evidências digitais no Direito Criminal, as teses defensivas podem ser variadas e dependem do tipo de crime, da natureza das evidências e da legislação aplicável. Aqui estão algumas hipóteses de teses defensivas que advogados podem utilizar em casos envolvendo provas digitais:

1. Contaminação ou Alteração das Evidências

• Tese: Argumentar que as evidências digitais foram contaminadas ou alteradas durante o processo de coleta, armazenamento ou análise, comprometendo a integridade e a validade das mesmas.

• Exemplo: Apresentar análises técnicas mostrando inconsistências nos logs de acesso ou nas hash criptográficas que deveriam garantir a integridade dos dados.

2. Violação da Privacidade e Procedimentos Legais Inadequados

• Tese: Alegar que a coleta de evidências digitais violou os direitos de privacidade do acusado ou não seguiu os procedimentos legais apropriados, tornando as evidências inadmissíveis.

• Exemplo: Destacar a falta de mandado adequado para a apreensão de dispositivos eletrônicos ou para o acesso a dados armazenados.

3. Falta de Relação Causal

• Tese: Defender que não existe uma relação causal clara entre as evidências digitais apresentadas e o crime em questão.

• Exemplo: Questionar a relevância de dados de localização que colocam o acusado perto da cena do crime, sugerindo outras interpretações plausíveis para sua presença na área.

4. Acesso por Terceiros

• Tese: Afirmar que os dispositivos ou contas digitais do acusado foram acessados por terceiros, o que põe em dúvida a autoria das ações evidenciadas.

• Exemplo: Apresentar provas de que outras pessoas tinham acesso aos dispositivos ou às contas, ou que houve sinais de hacking.

5. Limitações Técnicas na Análise de Evidências

• Tese: Argumentar que as limitações técnicas das ferramentas usadas na análise de evidências digitais podem ter levado a interpretações errôneas ou incompletas.

• Exemplo: Criticar a eficácia de algoritmos de inteligência artificial em discriminar entre tipos de comportamentos online, especialmente em casos de identificação automática de padrões suspeitos.

6. Encriptação e Anonimato

• Tese: Sustentar que a encriptação e técnicas de anonimato, embora presentes, não implicam necessariamente em atividades ilícitas e que o simples uso dessas tecnologias não pode ser visto como evidência de culpa.

• Exemplo: Defender que a utilização de serviços encriptados é uma prática comum para proteção de privacidade, não estando diretamente associada a atividades criminosas.

Cada uma dessas teses requer uma preparação cuidadosa e uma compreensão profunda das evidências disponíveis, das técnicas de investigação digital e das leis pertinentes à privacidade e à admissibilidade de provas em processos judiciais. Essas teses podem ser expandidas com detalhes específicos do caso em questão, incluindo testemunhos de especialistas e referências a jurisprudências relevantes.




Alan Garbes, Advogado e CEO do Escritório Alan Garbes Advogados


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